culte du corps
Publié le 18/06/2013
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«
136 Rev.
Bras.
Cienc.
Esporte, Campinas, v.
26, n.
1, p.
135-152, set.
2004
1.
PRÓLOGO
Todos sabemos da importância do corpo como vetor contemporâneo de
construção subjetiva e identitária.
Faz parte desse culto, como lugar privilegiado de
seu acontecer, o conjunto de academias de ginástica e musculação que ocupam as
capitais e as cidades do interior do Brasil, seus bairros mais opulentos e centrais,
mas também diversas localidades periféricas, envolvidas no culto ao corpo e nos
cuidados com a aparência.
As academias de ginástica e musculação conjugam-se
com os salões de beleza, os spas urbanos, as clínicas de cirurgia estética e as lojas de
tatuagens, entre outros espaços, formando todo um aparato de lugares, equipa-
mentos, tempos e especialistas em transformação dos corpos humanos.
Interessa-nos no presente artigo entender as academias de ginástica e
musculação como espaços de tecnificação corporal, lugares onde o treinamento
desportivo encontra terreno fértil para seus discursos e práticas, espalhando-se, em
suas conhecidas conseqüências, por um universo antes insuspeito porque suposta-
mente “livre” dos imperativos da competição.
Trata-se de ler as academias de ginás-
tica e musculação como training camps urbanos permanentes, freqüentados por
uma enorme gama de para-atletas.
No universo das academias, o culto do corpo engendra uma busca incansável
trilhada por meio de uma árdua rotina de exercícios, através dos quais pretende-se
superar os próprios limites em nome de contornos corporais concebidos como
ideais.
É nesse sentido que as práticas corporais como a musculação e as mais
diversas modalidades de ginástica passam por um processo de esportivização.
As
semelhanças com as modalidades esportivas podem ser evidenciadas na grande
dedicação de tempo, nos sacrifícios auto-impostos e ainda na vigilância do corpo
pelas balanças, adipômetros, fitas métricas e, no caso das academias de ginástica e
musculação, essencialmente pelos espelhos.
Os dados com os quais aqui trabalhamos são oriundos de uma investiga-
ção etnográfica
1 em duas academias de ginástica e musculação localizadas em
bairros centrais de uma capital brasileira.
As academias são espaços formais de
educação e culto do corpo, distantes entre si aproximadamente três quilômetros
e freqüentadas, como é comum nesses ambientes, por integrantes das camadas
médias (Velho, 1986; Sabino, 2000).
1.
Além de um conjunto bastante grande de inserções no campo durante seis meses, foram feitas
ainda 14 entrevistas com atores desses cenários, 2 professores e 5 alunos/as em cada academia..
»
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